“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (art. 1º CF). O povo é soberano e a ele pertence o poder”.
A sociedade em geral tem respeitado os decretos municipais e estaduais, por mais absurdos, inconstitucionais, impopulares e abjetos, todos em nome de uma perspectiva de redução do nível de contaminação do Covid-19.
Mas, como “gado” recebe as ordens emanadas do “alto e sublime trono”, onde os que se dizem donos do poder não fazem o dever de casa – neste caso o tratamento imediato, efetivo acompanhamento dos monitorados e implantação de novos leitos hospitalares – e usam o mandato de representação para obrigar a população a seguir para o matadouro “de forma ordeira e silenciosa para morrer de fome ou contaminada pelo coronavírus”.
De um lado temos os governantes que não cumprem o papel que lhes cabe – dar condições de saúde para a população, dever do Estado e direito do cidadão. E que, ao invés de direcionarem os recursos para aumentar a estrutura da saúde e para o tratamento imediato preferem colocar o cidadão em prisão domiciliar sob o pretexto de que o lockdown vai resolver o problema da pandemia.
Até as capivaras do rio Guaporé sabem que as aglomerações – e não o distanciamento – são as grandes responsáveis pelo aumento da contaminação pelo Covid-19. E todos tem conhecimento de que, se restringirem o horário de atendimento dos pontos que vendem alimentos, a tendência natural é de haja concentração de pessoas nos horários que esses locais estão abertos.
Mas os profissionais que fazem os relatórios técnico-científicos que subsidiam os gestores públicos – pelo alto conhecimento e especialização deveriam estar assessorando o Governador de São Paulo, tamanha a competência – tentam empurrar “goela abaixo” da sociedade o que comprovadamente não traz os resultados esperados. Só não falam em tratamento imediato, monitorar de forma efetiva a população contaminada e em ações proativas que evitem a internação ou a UTI.
Em Pontes e Lacerda, por exemplo, todas as ações do Executivo Municipal são para atender aos pacientes que estão em estado avançado de contaminação. Querem um exemplo? Dou mais. Assistam todos os vídeos postados pelo Executivo e vejam quais as medidas para reduzir a infestação: Vinda de dez leitos de UTI COVID no ano passado e mais dez para o futuro; hemodiálise só para Covid-19. Compra de respiradores.
E temos o Judiciário onde alguns julgadores, usurpando os poderes do Executivo, assumem as vezes de Governadores e Prefeitos sem passar pelas urnas. Usam o poder com mão de ferro contra a população que apenas quer as garantias constitucionais de liberdade, direito de ir e vir, que sejam assegurados o direito ao trabalho para levar o sustento da família, mas acabam recebendo a sentença de prisão domiciliar.
Se todos forem obedientes, bonzinhos, educados e com bom comportamento, quem sabe as autoridades percebam e, por serem bondosas e compreensivas, concedam uma tornozeleira eletrônica e possam sair às ruas, quando e onde for permitido, obviamente.
O outro lado da bondade
Nessa pandemia que já está instalada há um ano, a grande maioria da população entende e sabe o que fazer, principalmente os comerciantes – os que pagam impostos, geram emprego e renda para este país, e em Pontes e Lacerda em particular. E todos estão conscientes de como se cuidar e proteger o seu semelhante e que, se não seguirem as normas sanitárias, devem ser fiscalizados e punidos.
E mais, a totalidade não só se previne quanto contribui para que nossos irmãos sofram o menos possível, tanto na doença quanto na manutenção do emprego e até em ações de solidariedade.
É assim que se faz numa sociedade solidária, humanitária. Além de se cuidar, cuidar do próximo. Repartir o pão, fazer filantropia. Dar uma cota de sacrifício.
Sociedade solidaria?
Mas falando em solidariedade, uma pergunta final: além de emitirem decretos e de mandarem para a prisão domiciliar cidadãos de bem e impedir pais de família de trabalhar, o que estão fazendo, ou qual a cota de contribuição para a sociedade estão dando esses que vivem às custas dos impostos dos que produzem? Ou a solidariedade é prerrogativa dos que pagam tributos e geram trabalho e renda?
Se o povo soubesse usar a força que tem, o governo o temeria.